O trauma é um problema sério e crescente em todo o mundo, sendo reconhecido como uma doença pandêmica. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, os traumas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade. Estima-se em 8,5 milhões o número de óbitos devido às consequências do trauma, em 2010, ao redor do mundo1,2, e as lesões da cabeça e da face podem representar 50% de todas as mortes traumáticas3. Fica fácil então perceber que o trauma craniomaxilofacial tornou-se um assunto de grande relevância para o médico, sobretudo o que trabalha em setor de emergência, devido a sua frequência ser cada vez maior, principalmente nas últimas quatro décadas, estando intimamente associado ao aumento dos acidentes com veículos automotores e da violência urbana4.
O trauma facial é notável, por levar a graves consequências emocionais e funcionais, com a possibilidade de deformidades permanentes5. Trata-se de um trauma de abrangência multidisciplinar, envolvendo principalmente as especialidades de Trauma, Oftalmologia, Cirurgia Plástica, Maxilofacial e Neurocirurgia.
Uma agressão localizada na face não envolve apenas tecido mole e ossos, mas também, por extensão, pode acometer cérebro, olhos, seios da face e dentição. Quando há acidentes que envolvem maior energia cinética, outras lesões associadas e letais estão presentes e têm sido pouco relatadas.
Na atualidade, a associação álcool, drogas, direção de veículos e aumento da violência urbana está cada vez mais presente na etiologia do trauma facial, inclusive, aumentando a complexidade do mesmo. Dessa forma, surge a necessidade do conhecimento da causa, da gravidade e da distribuição temporal, para o estabelecimento de prioridades para um efetivo tratamento e prevenção dessas lesões. Possuímos uma equipe multidisciplinar para atendimentos desde os casos mais simples ate os de maior gravidade.